Inclusão de pessoas com deficiência é debatida no Hospital Regional de Marabá (PA)

Em alusão à programação do mês de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em setembro, o Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá (PA), promoveu um bate-papo entre os colaboradores e a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Lucélia Cardoso. O encontro contou com a participação da universitária Maria José Araújo que falou sobre os desafios que enfrenta diariamente por conta da baixa visão.

Segundo a professora Lucélia, para garantir um ambiente acolhedor e inclusivo, é fundamental desmistificar o conceito de deficiência e a ideia de que aquela situação é a marca de uma tragédia. “A falta de informação é uma barreira de acessibilidade. Se entendemos todo esse processo, conseguimos nos colocar no lugar do outro, avaliar a necessidade específica dele e oportunizar condições de acessibilidade”, argumentou a pedagoga.

Atualmente, o Hospital Regional de Marabá empregou 14 pessoas com deficiência, que atuam em diversos setores. Uma delas é a escriturária hospitalar Clarice Gonçalves, que participou da palestra. “É importante o hospital discutir o assunto para buscar estratégias de interação não só com o colaborador, mas com o próprio usuário, que, como eu, pode ter dificuldade para ler textos e placas escritos com letra pequena”, disse a profissional.

A recepcionista Graciela Oliveira também comentou sobre a programação. “Achei legal porque mostra que as pessoas podem trabalhar, se tiverem oportunidade. Eu mesma tenho problema na visão, mas me sinto normal. Nunca fiquei sem trabalhar. Eu gosto disso, de conhecer pessoas e de me comunicar”, enfatizou.

Mobilização

Esta não é a primeira vez, neste ano, que o HRSP debate a inclusão de pessoas com deficiência. Em março, a unidade realizou um treinamento para gestores, simulando o dia a dia de cadeirantes e cegos. O objetivo da ação foi orientar os participantes sobre a garantia de direitos da pessoa com deficiência e a importância de desenvolver o potencial de cada uma delas, a começar pela boa acolhida em qualquer ambiente e a promoção de oportunidades de crescimento.

De acordo com a coordenadora de Recursos Humanos da unidade, Ivonete Rodrigues, essas ações ajudam a mobilizar os profissionais por um mercado de trabalho mais acessível.

Oportunidade

Foi por conta dessa visão que Elen Lima, 26 anos, após sofrer um acidente de trânsito e ficar com sequelas, decidiu que queria trabalhar no Hospital Regional de Marabá. “Fiz tratamento na unidade por cinco anos. Fiquei na UTI por três meses e, depois de receber alta, continuei recebendo atendimento, mas, agora, na reabilitação e consulta médica. Então, nesse período, eu via que haviam funcionários com deficiência, inclusive a mesma que eu. Por isso desejei ir para lá, pois queria um lugar onde me aceitassem. Sinto que aqui sou tratada como todas as outras pessoas, sem preconceito”, relatou a colaboradora do Laboratório.

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