Cirurgia vascularizada é realizada em errast de forma inédita em hospital público do Pará

Por 20 anos, o produtor rural Carlos Batista teve os movimentos limitados no braço esquerdo, consequência de duas fraturas graves. Mesmo após cirurgias e alguns cuidados paliativos, a restrição ainda era bem expressiva. Para a solução desta sequela, ele foi encaminhado ao Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém (PA), que é referência em traumas, para o devido tratamento com a realização de cirurgia vascularizada. 

A cirurgia do enxerto vascularizado é indicada pelos médicos nos casos de grandes falhas ósseas, acima de 5 centímetros, na qual é transferida um seguimento ósseo com a parte vascular, a fim de ter maior certeza da viabilidade deste procedimento. 

O terceiro momento que Carlos fraturou o braço, em 2017, de maneira mais agressiva – foi preciso realizar um novo procedimento cirúrgico. Ele afirma que não seguiu as recomendações médicas à risca e sofreu uma infecção. “Eu até conseguia dirigir, mas eu sofria com o braço e dores. A princípio eu nem queira operar, até que o médico conversou bastante comigo e me explicou como iria ser e que era algo comum e possível. Hoje, estou em uma recuperação tranquila”, comemorou.

O médico responsável em convencer o produtor rural a prosseguir com a cirurgia, foi o ortopedista e traumatologista, especialista em reconstrução e alongamento ósseo, Marcus Preti. O HPEG, que tem um dos pilares prestar assistência hospitalar em traumato-ortopedia, disponibiliza o serviço de reconstrução e alongamento ósseo aos usuários. Em casos como reconstrução, osteomielites, pseudoartroses, fraturas ou falhas ósseas a unidade possui uma equipe diferenciada para solucionar estas problemáticas com metas e propósitos específicos. “Durante essa reconstrução de fratura, pôde ser usada uma placa ou um fixador externo e nos alongamentos ósseos apenas o fixador” explica o cirurgião. 

Diagnóstico e Cirurgia

Sobre o estado clínico do paciente Carlos, o médico conta que foi diagnosticado uma pseudoartrose de úmero esquerdo que é uma falha de consolidação por fratura ou processo infeccioso que este paciente teve há anos. “Ele quebrou o braço, não colou e infeccionou. Ele tinha essa falha óssea no osso do braço de uns 8 cm, mesmo com a mão boa e neurologicamente normal”, enfatiza o ortopedista. 

Na cirurgia foi necessário retirar uma fíbula da perna direita, um osso assessório, que não faz falta significativa a nível de função humana do membro. “Tiramos essa parte óssea e a transferimos para o úmero e ficou um enxerto de fibra vascularizado com uma placa de aço de alto custo que, geralmente, não é coberta pelo SUS. O médico especialista neste procedimento precisa usar lupa de tão pequeno que é o vaso sanguíneo. O hospital está habilitado para este tipo de cirurgia” enfatiza Preti.

Os médicos especialistas em mão e microcirurgia, Mário de Assis e Ney Acatauassu participaram também da cirurgia. Após estudos e discussão do corpo clínico sobre a melhor forma de tratamento, foi definido este procedimento para atender o caso do paciente Carlos. “Com o sucesso de consolidação e com os cuidados diferenciados, o paciente poderá ter uma vida praticamente normal” ressaltou o cirurgião Marcus.

Preti ressalta o diferencial no corpo clínico que existe no HPEG, com especialistas com uma curva de aprendizado bastante diferenciada, o que favorece a aplicação de técnica para vários tratamentos com falhas ósseas de reconstrução e alongamento ósseo para cada caso. 

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