Quando precisou sair de Primavera (PA), em novembro de 2017, Kelly Silveira chegou ao Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo com muito mais dúvidas do que certezas em relação à saúde do filho J.V.S.S, de três anos. Hoje, enquanto ela ouve de médicos e enfermeiros as respostas para suas dúvidas, vê o filho fazer quem estiver por perto correr com ele pelo hospital enquanto distribui sorrisos.
Já com o filho no colo, Kelly faz questão de falar sobre esse período no Oncológico Infantil e como a atenção recebida tem amenizado a distância da família. “Cheguei aqui aflita, mas o atendimento por parte das médicas e enfermeiras sempre foi muito bom. Qualquer criança que está aqui ganha uma segunda mãe ou um segundo pai, é como se cuidassem dos próprios filhos. Como se estivesse em casa com esse cuidado”, disse Kelly.
Do outro lado do corredor, enquanto aguarda o início de uma nova etapa do tratamento do filho M.V.B.V, de oito anos, Dayse Eticiana Costa Brito lembra que, desde quando chegou no Oncológico Infantil, em 2015, logo que o hospital abriu as portas, sempre contou com o bom atendimento dos médicos. “Desde o início os médicos sempre fizeram de tudo para que tivéssemos todas as informações em relação ao tratamento. Hoje não é diferente. Converso com os médicos e sei que os exames estão já sendo feitos, para iniciarmos essa nova fase de tratamento”, disse a mãe.
Em 2017, foram 274.280 atendimentos realizados gratuitamente no Oncológico Infantil. Número que supera os registros de 2016 em 13,32%, quando a unidade gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), teve 242.031 atendimentos.
Com 89 leitos, sendo dez de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o Oncológico Infantil já é referência no tratamento do câncer infantojuvenil no Norte e Nordeste do país. Habilitado pelo Ministério da Saúde como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) em 2017, o hospital teve ainda um aumento de 3% nas avaliações positivas de seus atendimentos, alcançado a marca de 97%.
Diferença
Mesmo com 148.503 exames realizados, 32.449 sessões de quimioterapia, 1.705 internações, 865 cirurgias, 14.279 atendimentos emergenciais e ambulatoriais e outros 76.479 atendimentos da equipe multiprofissional (Psicologia, Serviço Social, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional), a diretora-geral do Oncológico Infantil, Alba Muniz, acredita que um atendimento humanizado é o diferencial para a satisfação do usuário. “São coisas simples que estamos fazendo, mas a diferença está na forma como tudo isso tem sido feito”, avaliou.
O diretor Operacional da Pró-Saúde no Pará, Paulo Czrnhak, explica que o diferencial do Hospital Oncológico está na cultura participativa adotada. ''O tratamento na unidade vai além do cuidar do paciente, e sim, acolher a família, de forma que ela compreenda e participe ativamente de cada etapa. Para nós, a opinião dos usuários e seus acompanhantes, com o seu engajamento, é fundamental para que possamos ofertar um serviço em saúde de excelência, resolutivo, humanizado. Afinal, saúde se faz com ciência e amor''.
Com a missão diária de tratar e cuidar com segurança e humanização de seus pacientes, o Oncológico Infantil desenvolve uma série de projetos voltados para o bem-estar dos usuários e dos colaboradores. São rodas de conversa, momentos de oração, festinhas para os aniversariantes, estímulo ao empreendedorismo e as visitas de voluntários que mudam a rotina de quem vive no hospital.
É o caso de dona Carmem Lúcia da Silva e do filho V.S.V., internado há quatro meses na unidade. Em um dia eles receberam voluntários tocando e cantando clássicos da música paraense e, no dia seguinte, já estavam na gameterapia – recurso da Fisioterapia que utiliza o videogame e jogos específicos para trabalhar a funcionalidade do paciente. Enquanto o filho imaginava se seria músico como os voluntários, um grande astro do tênis ou do boxe, mesmo que virtualmente, a mãe se animava com a alegria do filho durante o tratamento. “Aqui somos só eu e ele. Minhas filhas ficaram em Muaná e, às vezes, a gente fica triste, com saudade, mas sempre tem alguém tentando nos alegrar e quando vejo o sorriso do meu filho, fico mais contente”, disse ela.
Fórmula
Seguindo a fórmula do tratamento humanizado e a gestão com qualidade, o Oncológico Infantil acabou aumentando também a sua lista de prêmios e certificações, que acabam contribuindo para o sucesso da forma de trabalho adotada pelo Oncológico Infantil. “O planejamento não era ganhar prêmios, mas ao atingirmos objetivos, eles acabam se tornando realidade e nos ajudam a alcançarmos nosso objetivo de ser o melhor hospital do Norte e Nordeste em oncologia pediátrica”, ressaltou a diretora-geral.
Entre os principais reconhecimentos recebidos pelo Oncológico Infantil em 2017, estão: a Acreditação ONA 1, que reconhece a unidade por atender aos critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos estruturais e assistenciais; o Prêmio Excelência em Saúde – categoria Gente e Gestão, que certifica as instituições de saúde que se destacaram no setor, pela inovação na gestão, a excelência no atendimento e atuação de forma sustentável em sua comunidade.
Outros reconhecimentos importantes vieram com o Prêmio Líderes da Saúde Norte e Nordeste – categoria Saúde Pública; o 2º lugar no Prêmio Ser Humano, além do selo Green Kitchen para sua cozinha e do reconhecimento pela participação campanhas internacionais coordenadas pela Rede Global de Hospitais Verdes e Saudáveis.