Com 12 transplantes em um ano, Hospital Regional de Santarém transforma a vida de renais crônicos

Há um ano, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), estava iniciando, em caráter definitivo, o Programa de Transplantes que transformaria a realidade dos pacientes renais crônicos da região do Oeste do Pará. Nesse período, 12 procedimentos foram realizados, dando maior conforto e qualidade de vida a quem antes tinha de passar por sessões de quatro horas de hemodiálise, três vezes por semana.

O primeiro transplantado na história do Oeste do Pará foi Raimundo Soares, de 51 anos, que recebeu o rim do irmão, Leandro. Raimundo fez sessões de hemodiálise por quase seis anos. O transplante aconteceu em 3/11/2016, com duração de seis horas. No entanto, para que esse e os outros transplantes tivessem início, foi preciso uma longa caminhada, que levou anos. “Nós temos um ano do primeiro transplante, mas antes disso, nós temos toda uma história, de aproximadamente seis, sete anos de trabalho, articulação e preparo para isso acontecer”, lembra o responsável técnico pelo programa, nefrologista Emanuel Esposito.

Para comemorar a data da primeira cirurgia e inaugurar a nova estrutura exclusiva do Programa de Transplantes, foi realizada uma cerimônia especial na tarde de segunda-feira, 6/11. “Queremos, somente, agradecer ao Hospital Regional, em todas as suas instâncias, assim como a população, que, com esse apoio, batemos o recorde de doação de órgãos. Temos de agradecer a essas famílias pela consciência. Só de rins, conseguimos captar 18, o que significa que 18 pessoas saíram do tratamento de diálise. Então, este ano, foi um ano de muitas conquistas, glórias e muito agradecimento”, reconhece Esposito.

O diretor-geral, Hebert Moreschi, ressalta a importância desse serviço de alta complexidade para a região. “Não foi um processo simples, porque depende de uma série de aprovações junto ao Ministério da Saúde. Tivemos, inclusive, que fazer um grande projeto de ampliação das nossas UTIs [Unidades de Terapia Intensiva]. Sem isso, a realização de transplantes e outras cirurgias de alta complexidade não poderiam ser feitas”, contextualiza. “Durante esse ano, 12 pessoas, que antes eram dependentes de uma máquina de hemodiálise, hoje podem ter uma vida praticamente normal. Isso é motivo de muita alegria para nós profissionais de saúde e, mais ainda, para os pacientes e familiares”, ressalta Moreschi.

Durante o período, a equipe médica do HRBA contou com o apoio técnico de especialistas na área de transplantes. “Para nós que ajudamos nesse tempo, estamos muito contentes com os resultados. Nós ficamos surpresos com a qualidade do hospital e o atendimento fornecido. É um hospital de referência para a Região Norte”, afirma o nefrologista Valter Garcia, que foi o tutor da eqipe de transplante do HRBA – hospital público e gratuito, pertencente ao Governo do Pará e gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato  com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Lista regional

Para a comemoração ficar completa, a unidade de saúde recebeu a sinalização do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), órgão ligado ao Ministério da Saúde, de que será criada uma lista de transplantes regional, permitindo que o HRBA comece a realização de procedimentos a partir de doadores falecidos. “O nosso presente de um ano foi essa notícia. O Pará terá duas regionais: a de Belém e Região Metropolitana e a do Oeste do Pará. Isso significa que, a partir do momento em que tivermos captação de órgãos aqui, esse órgão vai ficar na região e beneficiar diretamente os pacientes que façam diálise. É um benefício direto, sendo que, agora, vamos ter as duas modalidades de transplante, entre vivos e com doador falecido”, destaca o nefrologista Emanuel Esposito.

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