Oncológico Infantil completa dois anos cada vez mais próximo ao paciente

Há um ano e três meses a vida da família de Alessandra Moura, dona de casa da cidade de Altamira (PA), mudou. De lá para cá, Alessandra e a família ganharam novo endereço. Passaram a morar em Belém, a capital do Pará, para dar início ao tratamento contra o câncer da adolescente T.M., de 15 anos.

Diagnosticada com leucemia, a adolescente encontrou no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, que completa dois anos de funcionamento nesta quinta-feira, 12/10, o suporte necessário para a luta contra a doença. 'Desde que chegamos ao hospital fomos bem atendidos por todos os profissionais. Da recepção aos médicos, sempre fomos bem atendidos', disse Alessandra.

Além de destacar o bom atendimento, o tempo que Alessandra permanece na unidade acompanhando a filha possibilitou que ela estreitasse laços com outras mães, que enfrentam a mesma luta contra o câncer infantojuvenil. Foi a proximidade delas, que permitiu a Alessandra adquirir mais conhecimento sobre a doença e obter um ponto de apoio. 'Conheci mãezinhas com quem tenho aquele vínculo de irmã. Uma dando força para a outra. As que estavam aqui há mais tempo começaram a me falar sobre o que os filhos delas passaram e eu tive mais conhecimento sobre o que estava se passando com a minha filha, sobre a quimioterapia. No início eu não sabia de nada, acabou ajudando a enfrentar o tratamento', contou.

Alessandra fortaleceu laços não só com outras mães, como também com colaboradores da unidade gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O cuidado dispensado pela oncopediatra Alayde Vieira cativou Alessandra. 'Ela esclareceu tudo sobre a doença da minha filha. A palavra dela é segura, passa segurança para a gente. Se ela falou, tá falado', elogiou.

A enfermeira Renata Oliveira, da coordenação do setor de Internação, passou a ser considerada uma amiga por Alessandra e a filha. E o sentimento é recíproco. 'A T. é uma paciente diferenciada. Virou amiga, é uma companheira no nosso plantão. Se deixar, vai para dentro da minha sala', sorriu. Para Renata, fortalecer a proximidade com o paciente e sua família é uma forma de humanizar o tratamento oferecido na unidade. 'A gente mantém esse vínculo para oferecer segurança e dar suporte emocional ao paciente e a família', detalhou.

A identificação dos pacientes e seus familiares com os colaboradores da unidade reforça a missão da unidade de tratar e cuidar com segurança e humanização os usuários com câncer infantojuvenil. A diretora-geral da unidade, Alba Muniz, disse que o fortalecimento de vínculos faz com que as pessoas se importem mais umas com as outras. 'Nós sempre incentivamos que os nossos colaboradores se interessassem uns pelos outros, pelos pacientes e suas famílias e, principalmente, pelas histórias deles. Conhecer cada situação, cada realidade traz segurança e bem-estar para o dia-a-dia', refletiu.

A gestora destacou ainda o caráter informal desses laços e como eles se dão por pura e simples afinidade. 'Não acredito em relacionamentos onde não existam vínculos. São eles que fazem com que as pessoas se importem umas com as outras, independente disso estar escrito em algum lugar ou ser uma regra', completou.

Atendimento diferenciado

Referência no combate ao câncer infantojuvenil, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo atende a cerca de 700 pacientes. Os tipos de câncer mais recorrentes entre os pacientes são leucemia e linfomas. Entre janeiro e setembro de 2017, a unidade realizou 106.145 exames e 671 cirurgias. O índice de satisfação dos usuários é de 97%. Foram realizadas 24.403 sessões de quimioterapia. Já as faixas etárias com maior número de internações foram dos 3 a 5 anos com 257 pacientes; 0 a 2 anos com 238 pacientes e 9 a 11 anos com 211 pacientes.

Este ano, o Oncológico Infantil foi habilitado pelo Ministério da Saúde como a mais nova Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) da região amazônica, com atuação dedicada à oncologia pediátrica. Em junho deste mesmo ano, foi certificado como 'Hospital Acreditado – ONA 1' pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). O Oncológico Infantil também é signatário do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Pacto de Princípios de Empoderamento das Mulheres, uma iniciativa da ONU para promover a igualdade de gêneros e o empoderamento das mulheres.

Em 2016, a unidade realizou 140.416 exames e 350 cirurgias. O índice de satisfação dos usuários da unidade foi de 94%. As sessões de quimioterapia totalizaram 26.014 durante o ano. As faixas etárias com maior número de internações foram dos 6 a 8 anos com 222 pacientes; 3 a 5 anos com 198 pacientes e 9 a 11 anos com 173 pacientes. Naquele ano, a entidade tornou-se signatária do Pacto Global da ONU.

Humanização

O Hospital Oncológico Infantil coloca em prática, diariamente, sua missão de tratar e cuidar com segurança e humanização os pacientes com câncer infantojuvenil. Por isso, desenvolve uma série de projetos voltados para o bem-estar dos usuários e dos colaboradores. Periodicamente, são realizados eventos como o 'Aniversariantes do mês', 'Café com prosa', 'Canto da Família', 'Canto do Chef', entre outros.

O mais novo projeto da unidade é o 'Canto da Empreendedora', uma feira mensal implantada após o 'I Workshop Empreender – Fortalecendo o Protagonismo das Mulheres', realizado no mês de junho em Belém. O evento fortalece o protagonismo das mães de pacientes da unidade, auxiliando na venda de produtos feitos por elas.

Os pacientes também recebem o apoio de voluntários, que estão na instituição de segunda a segunda, oferecendo conforto e esperança a quem luta contra o câncer. Atualmente a unidade tem um grupo de 84 voluntários. Todos passaram por oficinas de formação, além de terem sido submetidos a entrevistas e treinamentos.

Estrutura

Com 9.503 metros quadrados de área construída, em prédio de sete andares, atualmente, o hospital possui 89 leitos de internação, sendo dez deles destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Oncológico também tem, no Centro Cirúrgico, quatro salas e cinco leitos de RPA (Recuperação Pós-Anestésica), além de sala de indução anestésica.

Também possui mais seis leitos de observação, dois leitos de emergência e um de isolamento, na Unidade de Atendimento à Intercorrências (UAI). Na área de quimioterapia, o hospital dispõe de 15 poltronas e oito leitos.

O centro cirúrgico do Oncológico Infantil é equipado para procedimentos de baixa, média e alta complexidades. O serviço de internações tem atuação de equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, farmacêutico, assistente social, fisioterapeuta e fonoaudiólogo).

Além disso, o atendimento ambulatorial da unidade também conta com equipe médica e profissionais de Psicologia e Serviço Social, além do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) e brinquedistas. Os atendimentos de urgência da Unidade de Atendimento Imediato (UAI) do hospital contam com médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social.

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