Semana da Amamentação no Hospital Universitário

A amamentação é um ato de amor de mãe para filho. O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê. Sua relevância é tão grande que em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA), composta por diversos países. No ano seguinte, em 1992 foi criada a Semana Mundial do Aleitamento Materno, cujo intuito nestes 25 anos é difundir e conscientizar sobre a importância que o leite materno tem para a vida do bebê e muitos outros aspectos.

Segundo a socióloga Rosana de Divitiis, que é coordenadora do IBFAN Brasil (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar), o ato de amamentar não deve ser imposto às mulheres. “É importante que a opção de amamentar o bebê parta da mãe, por isso, é fundamental que os profissionais de saúde possam instruir, dar uma boa orientação e assistência. A mãe irá colocar tudo na balança e com informações conseguirá tomar a melhor decisão. A amamentação tem que ser prazerosa”, ressaltou.

Atualmente, dados do IBFAN indicam que as mães amamentam exclusivamente seus bebês com leite materno pelo período de 53 dias, quando o ideal são 180 dias. Por esta razão, o trabalho de conscientização e incentivo à amamentação é muito importante. No Hospital Universitário de Jundiaí (HU), é realizado a cada 15 dias um encontro, promovido pelo Banco de Leite Humano, no qual as gestantes têm a oportunidade de esclarecer dúvidas a respeito do tema.

Segundos informações da ONU (Organização das Nações Unidas), nascem 77 bilhões de bebês ao ano em todo o mundo. Do ponto de vista econômico, se uma mãe faz a opção de não amamentar com o leite materno, uma família brasileira gasta em média ao mês R$ 96,80 com leite fluído (caixinha) ou R$ 308,00 com leite em fórmula (em pó). No período de seis meses, são R$ 580,80 e R$ 1.848,00 respectivamente, o que é uma importância significante, especialmente para famílias que sobrevivem com um salário mínimo.

Outro dado importante, que Rosana faz questão de ressaltar é que os bebês não amamentados adoecem cerca de 68 vezes mais que aqueles que são amamentados, o que implica num risco maior de morte. E não é só isso, também envolve questões profissionais da mulher. “As mães que não amamentam, têm um risco maior de perder o emprego, uma vez que o adoecimento frequente do bebê exige que ela falte mais ao trabalho, comprometendo seu desempenho”, destacou.

As crianças amamentadas durante os primeiros seis meses de vida, possuem uma melhor capacidade de aprendizado na idade escolar. Consequentemente, terão as melhores oportunidades de cargos e salários quando se tornarem adultos. Segundo Rosana, pesquisas indicam que pessoas que não foram amamentadas na infância têm menores escores em testes de QI e que, se todas as mães optarem por não amamentar, teremos comprometimento no avanço de inovação e tecnologia a longo prazo.

Responsabilidade ecológica

Do ponto de vista ecológico, são gastos cerca de 5 litros de água cada vez que se prepara uma mamadeira com leite fluído ou formulado. Essa água vai para o ralo no processo de limpeza do copo, aro, bico, na esterilização e tudo mais que é preciso para o preparo da refeição láctea. Em um dia, considerando seis mamadas, são 30 litros de água. Ou seja, 10.950 litros de água ao ano para cada bebê. Em termos de energia, são gastos por ano 308Kw/h para armazenamento do leite de cada criança com até seis meses.

O impacto ambiental também é percebido no acúmulo de lixo. A cada ano, no mundo, são descartadas 231 milhões de mamadeiras e 20.610 bilhões de embalagens de leite fluído.

Outro fato relevante é que 70% do gás metano encontrado na atmosfera é decorrente da criação de gado bovino. Cada vaca emite 140 gramas de gás metano por dia, ou seja, 51,1kg por ano. O metano é emitido por meio do arroto e flatulência dos animais. Lembrando que para a criação de gado, muitas florestas precisam ser desmatadas.

Empresas têm papel fundamental

De acordo com Rosana, é importante que as empresas públicas e privadas estimulem suas funcionárias a amamentar. “Este incentivo aumenta a participação das mulheres na empresa e conquista sua fidelização, reduzindo o turnover”, justificou.

E para finalizar, além de todas as justificativas já citadas, Rosana enfatiza o vínculo afetivo que a amamentação gera na relação mãe e filho. “A amamentação ensina o bebê a negociar pacificamente e com afeto cada mamada” disse. “Oferece apoio emocional, dá mais segurança e mais saúde”, complementou.

O HU terá uma programação especial voltada para a causa

1º de agosto – terça-feira

11h: Palestra de abertura “Amamentar. Ninguém pode fazer por você. Todos podem fazer junto com você” – Anfiteatro do HU – para colaboradores do hospital

2 de agosto – quarta-feira

13h30 e 19h30: Shantala com a equipe do Senac

4 de agosto – sexta-feira

8h: Shantala com a equipe do Senac

7 de agosto – segunda-feira

14h: Encerramento com encontro de gestantes (aberto ao público)

Local: Anfiteatro do Hospital Universitário de Jundiaí – Praça da Rotatória s/nº – Jd. Messina – Jundiaí – SP

 

 

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