Campanha ”Amigos de Sangue” bateu metas levando doadores ao Oncológico Infantil

Mais de 120 voluntários mobilizados, 82 deles aptos a doarem sangue – o que significa um potencial de atendimento de 328 pessoas beneficiadas com hemocomponentes -, além de mais de 40 cadastros de doadores de medula óssea realizados. Esse foi o balanço, divulgado nesta segunda-feira, 17/7, da ''III Campanha de Doação de Sangue e Cadastro de Medula Óssea'', realizada na última quarta-feira, 12/7, pelos colaboradores do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA).

Entre turmas do escritório, amigos de torcidas organizadas, companheiros de trabalho, piratas, gente comum, personagens de games e super-heróis de fantasia e de verdade – vindos das vizinhanças e também de muito longe -, os voluntários lotaram os corredores do quinto andar do hospital. Durante toda a quarta, das 8h às 17h, o Oncológico teve grande movimentação de visitantes. Todos queriam cooperar com a convocatória feita pelos funcionários do hospital, em parceria com a Fundação Hemocentro do Pará (Hemopa).

''Batemos nossa meta. Devido aos tratamentos com quimioterapia e radioterapia, há grande necessidade de transfusões para a reposição de hemocomponentes'', comemorou Sheila Rocha, enfermeira da Agência Transfusional do Oncológico – núcleo que organizou a gincana “Amigos de Sangue”.

Além de conseguir mais nomes para o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), a meta era ajudar os estoques do Hemopa – órgão que atende demandas de hemocomponentes necessárias a tratamentos de crianças atendidas no hospital, que é referência em tratamento oncológico infantojuvenil no Norte e Nordeste e realiza cerca de 400 transfusões de sangue por mês, necessárias à continuidade de tratamentos no hospital.

Na gincana ''Amigo de Sangue'', os colaboradores do Oncológico Infantil foram convocados a mobilizar o maior número de doadores de sangue possível – direcionando os voluntários para o código de doação 1766, que identifica o Oncológico. Eles concorriam a cestas de chocolate e a outros prêmios. Os premiados foram Natacha Cardoso, do setor de Farmácia (1º colocada); a técnica de Enfermagem Samara Pantoja (2º); e Luiz Jhonatan Mendonça, do setor de Faturamento do hospital (3º).

Doação

Doador há oito anos e visitante constante do Hemopa, o auxiliar de expedição Franck Magno da Silva, de 31 anos, resolveu dar uma pausa na rotina travada junto ao hemocentro do Pará para estar entre os voluntários que aderiram à campanha do Oncológico Infantil. “É algo muito importante, que dá esperança de vida a várias crianças”.

Ao seu lado, o lutador de MMA Rafael Ferreira dos Santos, de 23 anos, vivia a sua quarta experiência de doação em um ano e meio como voluntário. Saiu cedo do município de Santa Bárbara para ajudar a campanha realizada em Belém. “Vale tudo pela causa. Nada melhor que ajudar o próximo. Muita gente precisa de ajuda, e um dia podemos ser nós mesmos. Nunca se sabe o dia de amanhã”.

Do lado de fora da pequena sala de coleta, montada pelo Hemopa no quinto andar do Hospital Oncológico, as amigas Ana Kézia Pinto, de 27 anos, e Claudiane Souza, de 22 anos, engrossavam a movimentação animada das integrantes do Comando Feminino, da Torcida Organizada do Clube do Remo, que também compareceu para doar sangue. “E se tudo isso estivesse acontecendo com um de nossos filhos? É preciso ajudar”.

Filha de doadores de sangue, a professora de ensino infantil e pedagoga Tássia Albuquerque, de 34 anos, trajou-se de Mulher Maravilha para participar da campanha, ao lado da colega de escola, Fabiana Celso, de 26 anos, e do advogado Fabrício Castro, de 33 anos. Todos fazem parte da Liga Cosplayers Pará. “Meus pais sempre doaram. Ajudar transforma. Muda as coisas”, justificou Tássia.  

Campanhas

As chamadas por reforços do voluntariado para doações de sangue dirigida ao Oncológico Infantil junto ao Hemopa têm sido mais constantes. No dia 1/6, cerca de 30 crianças e adolescentes atendidos pelo hospital participaram do amistoso da seleção feminina brasileira de vôlei contra a República Dominicana, realizado na Arena Guilherme Paraense. Elas e as atletas pediram ao público mais apoio às doações para estoques de sangue dirigidos às crianças e adolescentes em tratamento oncológico no Pará.

Inaugurado em outubro de 2015, e gerido pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Hospital Oncológico Infantil oferece atendimento público especializado, voltado ao tratamento em oncologia para crianças e jovens de zero a 19 anos. Atualmente a unidade é referência neste tipo de atenção no Norte e Nordeste. Cerca 650 crianças e adolescentes fazem hoje tratamento no hospital.

A cada mês, o estabelecimento realiza em média cerca de 684 consultas ambulatoriais, 2.716 sessões de quimioterapia, 76 cirurgias e 12.165 exames de análise clínicas, além de 145 internações. Dos 89 leitos disponíveis no Oncológico, dez são destinados à UTI. O hospital também oferece atendimento de pronto socorro 24 horas para os seus pacientes em tratamento.

Entre janeiro de 2016 a junho de 2017, o hospital realizou 9.467 consultas ambulatoriais; 41.454 infusões quimioterápicas; 811 cirurgias; 213.964 serviços de diagnóstico e tratamento; e 205.165 exames de análises clínicas; além de um volume total de 29.995 atendimentos a pacientes.

O Oncológico Infantil quintuplicou a oferta de leitos para tratamento do câncer entre crianças e adolescentes no Pará. E, desde que o hospital passou a funcionar, em 2015, o Estado não tem mais filas de espera para atendimento ou internação para cuidados oncológicos dirigidos a paraenses entre zero e 19 anos. E a demanda por esses cuidados especializados vem crescendo. Ao todo, 411 casos novos foram registrados pelo serviço de atendimento do hospital, entre janeiro de 2016 a junho de 2017.

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