Hospital Galileu inicia cirurgias de Traqueoplastia

“O cansaço era o que mais me incomodava. Quando eu acordei da cirurgia, já percebi uma grande melhora”, conta o jovem Djhon Wharlei Feitosa, de 26 anos, que nos últimos meses já não conseguia mais realizar simples atividades, como por exemplo: conversar, subir uma escada, e até mesmo brincar com seu filho de três anos. A dificuldade na respiração, deu-se por conta de uma patologia denominada como estenose de traqueia, que quer dizer uma obstrução na área interna da traqueia, comprometendo a passagem do ar. A doença, foi adquirida após uma traqueostomia realizada em 2013, quando Djhon ficou quase 30 dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em coma, após um grave acidente de moto.

Djhon é morador do município de Marabá. Ele foi o segundo paciente a realizar a cirurgia no Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém, e relata com alegria o quanto está feliz. “Graças a Deus eu já não me sinto cansado, não vejo a hora de me recuperar 100% e poder brincar de bola com meu filho, que sempre me pedia, mas eu não conseguia, por conta do cansaço” relata o jovem, que realizou o procedimento cirúrgico no dia 26/11, e deve receber alta médica neste domingo, 04/12.

Segundo a equipe médica de cirurgiões torácicos do HPEG, formada pelos cirurgiões Ajalce Janahu, Roger Normando e Marco Antônio F. Tavares, sob a direção técnica do médico Lucas Geralde, o caso de Djhon era preocupante, pois a estenose poderia se agravar cada vez mais. “Ele tinha menos de 70% da luz traqueal (via aérea), e por ele não utilizar a cânula de traqueostomia, o risco dele de morrer asfixiado era bem alto” relata o cirurgião Ajalce Janahu.

Durante a cirurgia de traqueoplastia feita em Djhon, que durou em média duas horas, foi feita ressecção (retirada) da área estenosada (que estava fechando), e reconstituída a via aérea, possibilitando que o paciente voltasse a respirar sem dificuldades. “Foi uma cirurgia muito tranquila, agora é manter a vigilância no processo de cicatrização e o acompanhamento pós cirúrgico, com a realização de exames de traqueoscopia diagnóstica”, relata a equipe médica.

Neste sábado, 03/12, outros dois pacientes também foram operados, entre eles, esteve o seu Carlos André Felipe de Souza, de 40 anos. Segundo sua irmã, Adriane Souza Pinto, a cirurgia do irmão é bastante esperada. “Meu irmão foi vítima de agressão durante um assalto no ano de 2012, na época ele teve um traumatismo craniano e ficou com algumas sequelas neurológicas, além de ter ficado com o orifício da traqueostomia aberto, que o impossibilita, inclusive no de realizar o tratamento de reabilitação, visto que ele não pode entrar em uma piscina, por exemplo, para fazer fisioterapia” conta a irmã, que também almeja que, com o sucesso da cirurgia, ele volte a falar.  

Segundo o médico cirurgião, Roger Normando, o procedimento cirúrgico realizado em Carlos, vai possibilitá-lo uma melhor qualidade de vida, convívio social, e até mesmo expectativa de sucesso no tratamento de reabilitação. “A persistência do orifício entre a traqueia e o meio ambiente, interfere diretamente no processo da fala, visto que quando ele tenta falar, ao invés de vibrar as cordas vogais, o ar sai por esse orifício. Então, fechamos essa fístula, de modo que o ar, ao invés de ter um duplo direcionamento, vai ter agora um direcionamento único, para que as pregas vocais vibrarem e ele possa recuperar a fonação, além da respiração natural convencional”, explica o médico.

Até meados de janeiro, outros pacientes já estão agendados para a realização da cirurgia, que são feitas sempre aos sábados, além dos atendimentos ambulatoriais e exames especializados.

Unidade

O Hospital Público Estadual Galileu é uma unidade de retaguarda, que realiza atendimento médico de baixa e média complexidade em cardiologia, traumato-ortopedia e clínica médica. É mantido pelo governo do Estado e gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Sespa. A unidade tem o certificado da Organização Nacional de Acreditação ONA 1 – Acreditado.

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