Duas unidades paraenses entram na lista mundial de hospitais saudáveis

O Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), localizado em Belém, e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no estado do Pará, entraram na lista mundial de hospitais saudáveis, após adesão à campanha “Desafio 2020 – a Saúde pelo Clima”, coordenada pelo “Projeto Hospitais Saudáveis” (PHS), que é uma extensão da iniciativa americana chamada “Health Care Without Harm” (HCWH) – Saúde Sem Dano – que atualmente possui 717 membros em 40 países, em 6 continentes, que representam os interesses de mais de 20.800 hospitais e centros de saúde. 

No Brasil, 37 novos hospitais assinaram a “Desafio 2020 – a Saúde pelo Clima”, com a promessa de proteger a saúde pública das alterações climáticas. Ao todo, a lista brasileira conta com a participação de 40 hospitais, sendo que na região Norte somente as duas unidades, administradas pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, se comprometeram com o desafio. Confira os participantes no link http://www.greenhospitals.net/2020-challenge-welcomes-37-new-participants-from-brazil/.

O “Desafio 2020” se baseia em três pontos principais: mitigação – reduzir a própria pegada de carbono do setor saúde; resiliência – preparar para os impactos do clima extremo e alterações na carga de doenças; e liderança – educar equipes de saúde e público em geral e promover políticas de proteção à saúde pública face às mudanças climáticas.

A iniciativa tem como objetivo estimular os membros a utilizarem a inovação, criatividade e investimento para transformar o setor da saúde e promover um futuro saudável para as pessoas e para o planeta, bem como transformar mundialmente o setor da saúde, sem comprometer a segurança ou o cuidado do paciente, para que seja ecologicamente sustentável e que deixe de ser uma fonte de danos às pessoas e ao meio ambiente.

Em agosto deste ano, o Hospital Galileu apresentou ao Projeto Hospitais Saudáveis (PHS), um inventário com a mensuração de emissões de gases de efeito estufa produzidos em 2015, totalizando 480 toneladas. A unidade também estabeleceu metas de redução desses gases para os próximos anos, que consiste em 20% até 2020, chegando a cerca de 390 toneladas. Já o Hospital Regional de Santarém teve uma produção de 1.798 toneladas. A proposta é reduzir para 1.430 toneladas até 2020.

Entre as estratégias traçadas pelo Hospital Galileu para a redução da emissão desses gases, está o desenvolvimento de alguns projetos e campanhas de conscientização, como a de uso consciente de energia elétrica, ar condicionado, transportes e geração de resíduos sólidos. Em 2017, a unidade também vai apresentar o seu primeiro relatório de desempenho econômico, ambiental e social, com base nos protocolos reconhecidos a partir da certificação internacional, concedida pela Global Reporting Initiative (GRI), entidade sem-fins lucrativos sediada em Amsterdã, Holanda.

Segundo do diretor Geral do HPEG, Saulo Mengarda, o cuidado com o meio ambiente é dever de todos. “Atualmente nos noticiários verificamos muitos eventos climáticos ocorrendo com frequência, que anteriormente não eram vistos, isso é fruto do nosso impacto ao meio ambiente, por isso é tão importante este desafio 2020, para que possamos repensar o que fazemos e como fazemos. É com esse foco que estamos trabalhando, atuando também como multiplicadores para toda a comunidade” relata.

Já no Hospital Regional de Santarém, o relatório de desempenho do GRI já está sendo elaborado, com informações referentes ao ano de 2015, possibilitando que as pessoas tenham acesso a essas informações, de forma clara e transparente. A GRI foi criada em 1997, por meio de uma parceria entre a Ceres (investidores, empresas e grupos de interesse público para uma prosperidade sustentável) e o Programa das Nações Unidas para o meio ambiente (Pnuma).

O HRBA já trabalha com vários projetos de sustentabilidade. No aspecto econômico, a unidade é saudável financeiramente e promove a economia local, contratando a maioria dos seus colaboradores na própria região. O hospital desenvolve ações de saúde na comunidade local e nas comunidades indígenas, além de prestar serviços de qualidade, possuindo o Certificado ONA 3 – Acreditado com Excelência. A unidade também se preocupa com a questão trabalhista, visando à saúde e segurança do colaborador, bem como seu treinamento e desenvolvimento.

Na questão ambiental, há várias ações em curso para redução de consumo de água, energia e resíduos. Como o projeto de “Compostagem e Horta Orgânica”, que já reaproveita 25% do lixo orgânico gerado na unidade, transformando-o em adubo para produção de horta na área do próprio hospital.

Para o diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi, é preciso que as instituições trabalhem para reverter essa realidade que tem afetado a população mundial. “Esse desafio é um compromisso assumido pela nossa instituição para que nós possamos diminuir a emissão de poluentes, bem como de outros resíduos. Nós acreditamos que é impossível pensar em uma saúde realmente de qualidade se não estiver alinhada com as melhores práticas ambientais. Nós fazemos parte deste compromisso porque acreditamos que podemos, sim, mudar a nossa realidade”, explica Moreschi.

Segundo o diretor Operacional da Pró-Saúde no Pará, Paulo Czrnhak, os hospitais têm a responsabilidade de alertar seus usuários para a importância de cuidarem de si, e do meio em que vivem. Bem como, formar multiplicadores dessas ideias, com a conscientização dos seus colaboradores. “A nossa gestão valoriza o bem-estar da pessoa, por isso, requer ações que promovam melhorias no jeito de viver. E isso requer compromisso com sustentabilidade e educação em saúde. Queremos que nossos hospitais sejam promotores de mudanças, fomentando a recuperação da saúde e o cuidado com o meio ambiente”.

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