O ginecologista Sandro Rodrigues afirmou que a evolução da medicina permitiu avanços importantes no diagnóstico e no tratamento da endometriose.
“A medicina evoluiu e, com isso, o diagnóstico passou a ocorrer de forma mais precisa e cada vez mais precoce”, explicou. Por isso, ele acrescenta, “não é correto dizer que há um aumento no número de casos”.
Rodrigues ministrou palestra nesta quarta-feira, dia 16, durante as atividades da Semana Municipal de Conscientização sobre a Endometriose.
O evento foi realizado no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, onde o ginecologista também exerce e função de diretor-clínico da unidade.
Ele estava acompanhado do cirurgião geral e diretor técnico do Hospital Municipal, Marcelo Diniz.
A endometriose acontece quando mucosa que reveste a área interna do útero cresce em outras partes do corpo, como se fosse ferimento, em geral na região pélvica, fora do útero, ovários, intestino, bexiga entre outros órgãos.
Durante a palestra, o médico Sandro Rodrigues também abordou a dificuldade em definir as causas endometriose. “Já apontaram a cesariana como sendo a vilã e agora dizem que a ansiedade e o estresse podem favorecer o surgimento da doença”, observou.
O tratamento contra a endometriose é clínico, na maioria das vezes. De acordo com Rodrigues, o diagnóstico mais eficiente deve ser feito somente a partir de uma biópsia. “Os exames de imagem conseguem apenas sugestionar a presença doença”, alertou.
A Semana Municipal de Conscientização sobre a Endometriose tem como objetivo orientar mulheres sobre a doença.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, a doença é responsável por 40% dos casos de infertilidade. Ainda de acordo com a entidade, somente um terço de mulheres associa as dificuldades de engravidar à doença. A estimativa é de que seis milhões de mulheres brasileiras tenham endometriose.
A doença pode causar dor, fadiga, alteração na menstruação e infertilidade e costuma afetar mulheres a partir da primeira menstruação, podendo se estender até a última.
Geralmente o diagnóstico ocorre quando a paciente está na faixa dos 30 anos. A mulher cuja mãe ou irmã têm endometriose, apresenta seis vezes mais possibilidade de desenvolver a doença.