Residentes do Metropolitano publicam artigo em Revista Científica

Com auxílio de preceptores e da coordenação do Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP), residentes da equipe multiprofissional do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua (PA), publicaram um artigo na Revista Brasileira de Queimaduras. O trabalho foi denominado Caracterização das crianças vítimas de queimaduras em hospital de referência na região Amazônica, sendo realizado por um grupo de estudo do hospital. As residentes de fisioterapia, Paola Silva, Patrícia Picanço e Lorena Almeida, com a coordenação dos preceptores da residência Fabiano Boulhosa e Rafaela Macêdo, além do coordenador do Departamento de Ensino e Pesquisa, Leonardo Ramos e da supervisora do Núcleo de Reabilitação, Gabriela Lima, compuseram o grupo. O trabalho também teve a parceria do professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Renato Teixeira.

A ideia foi traçar o perfil das vítimas de queimaduras atendidas no Hospital Metropolitano, que disponibiliza o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), referência para atendimento no Pará. A fisioterapeuta Gabriela Lima especificou que foram analisados 304 prontuários, com o público da pesquisa exclusivamente envolvendo crianças de 29 dias a dois anos e 11 meses. “É importante conhecer o perfil das crianças que chegam ao hospital para receber atendimento. Assim, podemos pensar em estratégia que possa minimizar esse tipo de acidente”, avaliou Gabriela. Observou-se que os acidentes acontecem com maior prevalência na faixa etária de dois anos, sendo as maiores vítimas, crianças do sexo masculino.

Outra característica recorrente foi a incidência do acidente em pacientes provenientes do interior do Estado. As queimaduras mais encontradas foram de segundo grau, com os principais causadores sendo os líquidos superaquecidos. “Esse dado nos remete a acidentes domésticos, com leite, café, maniçoba e tucupi quentes. Assim, concluímos que o problema principal está dentro de casa”, ressaltou Gabriela. Para ela, a falta de assistência no local de origem acarreta o retorno dos pacientes, com sequelas, gerando mais custos. O tratamento de queimados é prolongado.

 

Estudos

A preceptora em fisioterapeuta, Rafaela Macêdo, explicou que os preceptores buscam incentivar os residentes, guiando-os na teoria e prática. “Os preceptores são profissionais do hospital que atuam na assistência, sendo a relação com os residentes de orientação. Sempre incentivamos a questão da pesquisa em saúde para enriquecer todos os profissionais e a própria assistência”, disse. A residente em fisioterapia do HMUE, Lorena Almeida, ressaltou que o grupo de estudo trabalha de forma organizada. “Nós, residentes, fizemos a parte de banco de dados e a escrita do trabalho, com o auxílio dos demais componentes do grupo. Aqui dentro do hospital, temos um incentivo, que é o grupo de estudo, trazendo conhecimento teórico e assuntos diversos. A ideia é enriquecer o nosso currículo com trabalhos e publicações”.  

O coordenador de Ensino e Pesquisa do Hospital Metropolitano, Leonardo Ramos, considerou que um artigo para conhecer o perfil dos pacientes atendidos induz outras pesquisas futuras. “Por isso, a importância do trabalho do perfil para se observar com qual população estamos lidando, desenvolvendo trabalhos de intervenção. A quantidade de pesquisas é um indicador de qualidade”. Em 2015, o HMUE disponibilizou profissionais e foi o cenário de sete pesquisas publicadas em revistas de circulação nacional.