Crianças em tratamento de longa permanência, no Hospital Regional de Santarém, iniciam ano letivo

As aulas da rede municipal de ensino começaram no dia 11/02, em Santarém, no oeste do Pará. Mas, para duas crianças que realizam tratamento de longa permanência no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), o primeiro dia de aula somente aconteceu na segunda-feira (22). L.S., de cinco anos, e E.S., de sete anos, têm neuropatia congênita, que acarreta problemas no funcionamento dos nervos, e permanecem na unidade de saúde desde os primeiros meses de vida. E, para que não tenham prejuízos educacionais nem cognitivos, desenvolvem atividades de forma adaptada às suas necessidades, nos próprios leitos do hospital.

As duas crianças são matriculadas na rede municipal de ensino de Santarém, na Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, e recebem, no HRBA, conteúdo equivalente ao repassado nas escolas. “É um trabalho diferenciado, voltado às necessidades específicas deles. Apesar de o conteúdo ser o mesmo trabalhado na escola, a forma não é, assim como o ambiente e os materiais. Tudo é adaptado, com muitas atividades lúdicas”, explica a professora do ensino regular, Sônia Passos.

Emocionada, a professora da educação especial, Silvânia de Sousa, conta que “é uma satisfação imensa dar aula para essas crianças. Só de ver o sorriso deles ao nos verem entrando para dar aula é emocionante. Melhor ainda é ver o progresso que eles têm tido anualmente”. Ela repassa os conteúdos aos dois por meio de atividades lúdicas e práticas de leitura e de escrita.

O projeto nasceu por iniciativa das mães das crianças, que foram até a escola realizar a matrícula e solicitar à Secretaria Municipal de Educação (Semed) atendimento especializado. A partir disso, a Diretoria de Ensino e Pesquisa do HRBA passou a acompanhar todo o processo de aprendizagem. O projeto Escolarização Hospitalar iniciou em março de 2014, quando E.S. começou a estudar. Atualmente ela já está no 3º ano do ensino fundamental. “Ela tem apresentado um desenvolvimento muito bom. É gratificante vê-la aprendendo”, diz a mãe, Eda Pereira.

Eliana Silva é mãe de L.S., que cursa o 1º ano do ensino fundamental, e ficou feliz em ver o filho retornar às aulas. “Tanto para ele quanto para mim tem sido muito especial. Ele nunca viveu algo assim e tem sido muito bom, está se desenvolvendo bem”, conta.

O diretor geral do HRBA, Hebert Moreschi, destaca que é importante proporcionar a esses pacientes a oportunidade de receberem educação para desenvolverem os aspectos cognitivos e interagir com outras pessoas fora do ambiente hospitalar. “Talvez nunca passasse pela cabeça dos pais que eles pudessem ter, dentro do hospital, a possibilidade de as crianças estarem matriculadas em uma escola. E isso influencia no comportamento. Dar oportunidade para que essas crianças possam estudar traz inúmeros benefícios, tanto no aspecto psicológico como na adesão do tratamento”, finaliza. 

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