Terapia Ocupacional do Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) cria “exercícios personalizados” na recuperação de pacientes

Apoio importante para a reabilitação da saúde, a terapia ocupacional se inspira nos hábitos cotidianos das pessoas para criar práticas de exercícios e/ou atividades personalizadas, que ajudam na recuperação física e emocional dos pacientes.

No Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, a terapia ocupacional é uma especialidade integrada à equipe multidisciplinar, composta por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, e está ligada às comissões de Cuidados Paliativos e Humanização do hospital.

A função da terapia ocupacional é auxiliar no tratamento de lesões e desenvolver atividades para a recuperação física e motora das pessoas, com foco na qualidade de vida.

No hospital, a terapia ocupacional atende pacientes com diagnósticos clínicos ou cirúrgicos, que estejam internados e, também, que precisam de acompanhamento no ambulatório. Em 2017, um total de 789 pacientes recebeu atendimento da terapia ocupacional.

Ângela Maria Possati é um desses pacientes. Em abril do ano passado, ela sofreu um grave acidente de moto. “Foram quase 60 dias internada. Durante o tratamento, meu maior medo era perder o meu pé. Esse medo, aos poucos, foi diminuído com as atividades de movimentos da terapia ocupacional. Também conversamos bastante, o que ajudou a recuperar minha autoestima que estava bem baixa”, contou a paciente.

Segundo a terapeuta ocupacional do hospital, Synara Sampaio Novais, foram aplicados vários recursos terapêuticos durante a reabilitação da paciente. Além dos exercícios de alongamento, a terapeuta ocupacional realizou, junto com as equipes de Enfermagem e a Psicologia, várias atividades para que Ângela pudesse aceitar o tratamento.  “Ela tinha uma dificuldade enorme de olhar para o pé machucado. Realizamos acompanhamento em conjunto, como incentivar o retorno de atividades básicas, como uso de um calçado aberto e até mesmo um tênis, e notamos uma melhora significativa na recuperação da paciente”, destacou Synara.

Ela acrescentou que, durante a assistência, são criadas atividades que estejam relacionadas ao cotidiano do paciente, como vestir uma roupa, calçar um sapato ou pentear o cabelo. “Durante o tratamento, a terapia ocupacional busca observar as capacidades motoras, perceptivas, cognitivas, emocionais e até sociais do paciente. A partir daí, é traçado um plano de cuidado onde serão definidos os recursos e técnicas terapêuticas para a recuperação dos pacientes”, concluiu. 

As pessoas assistidas pela terapia ocupacional no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) são indicadas pelos médicos especialistas e também pela equipe multidisciplinar (enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos).

A maior demanda é de pessoas vítimas de traumas (acidentes automobilísticos, quedas), pacientes com sequelas neurológicas como acidente vascular cerebral (AVC) e pacientes em cuidados paliativos.

 

A terapia ocupacional

O Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional é comemorado em 19 de janeiro. A data representa a regulamentação do Decreto Lei 938, de 1969, que determinou um código de ética supervisionado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Em 2017, foram comemorados os 100 anos da terapia ocupacional no mundo.

Os terapeutas ocupacionais atuam na reabilitação de pacientes com vários tipos de disfunções, desde neurológicas a ortopédicas. Trata-se de uma especialidade que contribui para o tratamento de traumatismos cranianos, acidentes vasculares cerebrais, artrite reumatoide, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer entre outros.

Os terapeutas ocupacionais também atuam em hospitais psiquiátricos, em instituições de apoio a dependentes químicos e centros prisionais. Na área de pediatria, o profissional desenvolve tratamentos para crianças com hiperatividade, atrasos de desenvolvimento, deficiência motora e mental, dificuldades de aprendizagem, disfunções sensoriais, dentre outros.

Podem ser integrados em unidades de saúde, em equipes de intervenção precoce, centros de saúde, instituições para pessoas com deficiências.

O objetivo da terapia ocupacional é habilitar ou reabilitar o indivíduo para desempenhar suas atividades habituais (serviços domésticos, autocuidado corporal, lazer, participação social e familiar).

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