Metropolitano aborda desospitalização e empatia em Semana Multiprofissional

Conceito focado no tratamento domiciliar do paciente que possui condições de receber tratamento em casa, a desospitalização foi tema de uma roda de conversa com profissionais da assistência do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua (PA), e representantes do programa “Melhor em Casa”, durante a programação da III Semana Multiprofissional e XII Semana de Enfermagem da unidade. O evento ocorreu nesta terça-feira (19).

Os profissionais de saúde conheceram mais detalhes sobre a iniciativa do Governo Federal gerida pelo Ministério da Saúde, que é operacionalizada pelos municípios em todo o país. Com o “Melhor em Casa”, pacientes de longa permanência em situação de estabilidade clínica, que costumam ser perfil do HMUE, podem voltar para casa e ter a mesma atenção que receberiam na unidade.

Gestora do “Melhor em Casa” no município de Belém (PA), a coordenadora do Serviço de Atenção Domiciliar, Karen Tavares, fez a apresentação do projeto aos profissionais do Metropolitano. Segundo ela, o serviço foi implantado na capital do Pará há três anos, em 2015, e conta com equipes que cobrem 16 bairros. “Temos apenas duas equipes, o que é pouco para a população de Belém, com 1 milhão e 400 mil habitantes, mas estamos com um projeto de ampliação para cobrirmos todos os bairros. Aguardamos recurso federal para isto”, detalhou.

Para Karen, apresentar o “Melhor em Casa” a profissionais que lidam diretamente com a assistência ao paciente é uma forma de educação permanente, já que o aval deles é decisivo na hora de encaminhar o usuário ao programa. “O encontro é importante porque o programa vem caminhando no sentido de alcançar maior complexidade para que a gente possa ter suporte para desospitalizar estes pacientes”, falou.

A assistente social da unidade, Danielly Rocha, acrescenta que orientar os profissionais é uma forma de colocá-los a par do funcionamento da rede e da existência de um mecanismo que pode dar suporte ao paciente após a alta hospitalar. “Quando a gente traz o profissional para conhecer o funcionamento do programa o ponto positivo vai para o paciente, que precisa do serviço. Isso torna a desospitalização um processo seguro”, refletiu.

Desde que o programa passou a ser disseminado na unidade gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), 18 pacientes já foram encaminhados para os cuidados domiciliares do “Melhor em Casa” em 2018.

Danielly ressaltou que o ponto decisivo para a indicação do usuário ao programa é a segurança do paciente. “Temos a certeza de que a equipe tem o compromisso de acompanhar o paciente. No caso do município de Belém, temos a informação de que o atendimento começa em 72 horas após a solicitação. Com esses dados nos sentimos seguros para inserir o paciente no programa”, contou.

Enfermeira da Organização de Procura de Órgãos (OPO), Josivany Ferreira, ouviu com atenção os esclarecimentos sobre o programa. Ela conta que não tinha domínio do assunto. “Pude ver a dimensão de que o cuidado ao paciente não deve se resumir ao hospital. Ele se estende à casa destas pessoas e eu vejo nos meus pacientes que ser cuidado em casa é muito melhor, porque você está perto da família”, comentou.

Antes da conversa sobre desospitalização a equipe multiprofissional do Hospital Metropolitano mergulhou fundo na empatia no ambiente hospitalar. Palavra de ordem quando se fala em humanização e entender o outro, a empatia nas unidades de saúde foi tema da palestra do diretor técnico do HMUE, Claudio Nunes.

Na palestra, o médico chamou a atenção para os aspectos científicos da empatia e como ela pode ser trabalhada enquanto capacidade do profissional de saúde.  Nunes chamou a atenção para o fato de o HMUE desenvolver, há cerca de quatro meses, uma modelagem de avaliação da empatia. “É uma variável que normalmente não é medida em hospitais, muito por desconhecimento do conceito. A Psicologia possui questionários consistentes que podem ser aplicados para melhorar a relação médico/paciente. Este mapeamento também ajuda nas relações interpessoais dos profissionais de saúde”, revelou.

O diretor falou ainda da adoção do conceito de médico hospitalista na unidade. Por meio dessa metodologia é possível utilizar médicos dedicados exclusivamente ao manejo do paciente. “A ideia da medicina hospitalar é ter a participação de clínicos dedicados ao paciente, atendendo potenciais complicações”, explicou. Com isso, os médicos cirurgiões dedicam-se ao processo operatório e a discussão diária dos casos com os chamados hospitalistas. “Com isso, quem ganha é o paciente”, finalizou.

A III Semana Multiprofissional e XII Semana de Enfermagem do Hospital Metropolitano prossegue até o dia 26/6, com programações voltadas a capacitação da equipe assistencial da unidade. Além disso, os profissionais participarão de atividades lúdicas, como quizz de perguntas e respostas, e uma gincana para arrecadar brinquedos, roupas, calçados e garrafas PET para a horta orgânica do hospital.

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