Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, três representantes do setor de Fisioterapia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), localizado no Rio de Janeiro (RJ), participaram do congresso da American Physical Therapy Association, no Texas, Estados Unidos, onde apresentaram os trabalhos “Segurança e Mobilidade fora do leito do paciente com derivação ventricular externa (DVE)” e “Epidemia de Zika vírus no Brasil: achados de 88 crianças com microcefalia”.
As coordenadoras do setor, Clara Gaspari e Anna Carolina Jaccoud, e a fisioterapeuta de rotina, Sabrina Lafayette, mostraram que estimular os movimentos nos pacientes portadores de cateter cerebral não é uma contraindicação. “Antigamente, a preocupação com um paciente internado na UTI era mantê-lo vivo. Hoje já temos o entendimento que podemos mantê-lo com função, com força, através da mobilização precoce, mesmo com muitos dispositivos invasivos”, informou Clara Gaspari. Para tanto, é necessária uma equipe interdisciplinar com técnico de Enfermagem e neurocirurgião, além do fisioterapeuta. “Tivemos essa percepção com um paciente de 19 anos, há cerca de um ano e meio, que era muito forte e que permaneceria seis semanas acamado por conta do cateter cerebral, o que é muito tempo para ficar parado. Não há contraindicação formal para manter estes pacientes restritos no leito, mas há muito receio em mobilizar. Decidimos treinar a equipe e iniciar a rotina tabulando sinais vitais e sintomas, para mostrar para outros serviços, e registramos alterações transitórias mínimas e nenhuma perda de cateter”, disse Anna Carolina.
O estudo apresentado no congresso foi feito com base em 108 procedimentos na unidade onde a prática foi realizada. Apesar do procedimento existir há algum tempo, não existe uma padronização nem literatura muito extensa sobre o assunto, por isso, elas decidiram apresentar o trabalho para uma possível publicação. Cerca de 14 mil profissionais de Fisioterapia participaram do evento.
