Conhecimento e emoção marcam Simpósio de Doação de Órgãos no HEUE

O auditório do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória (ES), ficou repleto de profissionais e estudantes da área da saúde no 2º Simpósio de Doação de Doação e Captação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, que aconteceu nesta quinta-feira (29). O evento também foi marcado por emoção durante homenagem a uma mãe que contou a experiência de ter autorizado a doação dos órgãos do filho.  

Na abertura oficial, o diretor geral da unidade, Paulo Santos, destacou o evento como oportunidade de aprendizagem e aperfeiçoamento das informações. “O simpósio permitirá a capacitação dos profissionais para entender melhor o processo de doação de órgãos”, disse.   

Com duração de cinco horas, os palestrantes apresentaram números, explicaram o processo de identificação do potencial doador, além de orientarem e trocarem experiências sobre a entrevista familiar. 

Durante a primeira palestra, a enfermeira e coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Espírito Santo (CNCDO-ES), Raquel Duarte Corrêa Matiello, explicou sobre o funcionamento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), responsável pelo monitoramento de órgãos e tecidos que serão transplantados em todo território brasileiro.

Além disso, a coordenadora despertou a atenção dos participantes sobre a necessidade de levantar o máximo de informações para identificação de um possível doador. “Os profissionais precisam de capacitação, por isso, é essencial que as instituições de saúde abracem essa causa e estejam com o máximo de informações possíveis sobre o doador de órgãos e tecidos”, afirmou Raquel.

Já o diretor técnico e o primeiro médico da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, Altemar Paigel, explicou a diferença entre coma e morte encefálica, e os protocolos necessários para abertura do processo de avaliação.  

“A identificação de morte encefálica passa por etapas, que vai desde a definição da causa irreversível do dano cerebral, passando por exames clínicos e complementares. Durante o procedimento, é essencial que a equipe esteja preparada para conversar com a família. Além disso, é importantíssimo que as informações sejam repassadas de maneira clara”, afirmou o diretor técnico.      

Para exemplificar a importância de orientar bem a família do doador, a assistente social do hospital, Ariane Ferreira Campos, falou sobre os procedimentos adotados durante a entrevista familiar. Um dos pontos essenciais abordados por Ariane foram as características do entrevistador. “A primeira atenção que devemos ter durante uma entrevista familiar é o equilíbrio emocional. Outro ponto importante é transmitir confiança, pois é necessário também acreditar no processo de doação”, destacou Ariane. 

Durante a apresentação da assistente social, foi visível a emoção dos participantes, principalmente quando a dona de casa Valéria Hassen Santos contou a experiência de ter doado os órgãos do filho, morto há quase dois anos, em um acidente de carro. 

“Meu filho só tinha 21 anos, sempre foi muito alegre e prestativo. Quando resolvemos doar os órgãos dele, vi a possibilidade de ajudar outras pessoas. Senti uma paz interior e ela me conforta todos os dias, mesmo não tendo ele perto de mim”, contou Valéria. 

Como homenagem, ela recebeu flores das mãos da diretora administrativa e financeira do hospital, Adriana Moraes. “Nos emocionamos com sua atitude. Que as pessoas entendam que este ato pode oferecer amor, esperança e principalmente, salvar outras vidas”, destacou Adriana.

Sobre o hospital 

Referência no atendimento de trauma, o Hospital Estadual de Urgência e Emergência é administrado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar desde o dia 18 de dezembro de 2015, por meio de um contrato de gestão firmado com o Governo do Estado do Espírito Santo, via Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que mantém a unidade. 

O complexo hospitalar atende nas especialidades de neurologia, cirurgia vascular/angiologia, cirurgia geral, anestesiologia, cirurgia plástica, cirurgia torácica, cirurgia bucomaxilofacial, nutrologia e terapia intensiva.  

São 54 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 121 leitos de enfermaria e ambulatório de especialidades cirúrgicas. O hospital conta, ainda, com uma equipe multidisciplinar atuante na internação e nos ambulatórios: serviço social, psicologia, terapia ocupacional, nutrição clínica, fonoaudiologia e fisioterapeuta. 

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