Agência Pará – Projeto do Hospital Galileu aproxima pacientes e familiares por meio da internet

 

Após um acidente automobilístico, Israel Serrão Bitencourt, 23 anos, internado há onze dias no Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), usa a web para se comunicar com a família. Por meio do projeto “Visita Virtual”, a internet diminui a distância entre familiares e amigos e, ao mesmo tempo, acaba com a monotonia, dá ânimo e ajuda no restabelecimento da saúde. São apenas 30 minutos de conversa por dia, mas que fazem a diferença na vida do paciente.

“Quando eu soube que poderia utilizar deste recurso foi só alegria, porque pude ver meus filhos que ainda são pequenos, e não podem me visitar. Isso espanta minha dor. Na primeira conversa com eles eu estava com muita dor, foi aí que tudo se acalmou, a dor sumiu, fiquei tranquilo, porque passar dias dentro de um hospital não é fácil”, contou Israel emocionado.

O “Visita Virtual” foi criado quando um caminhoneiro do Rio Grande do Sul, internado no Hospital Galileu, conseguiu conversar com parentes distantes. Com apenas um notebook com câmera e microfone, uma rede wifi e um browser (programa desenvolvido para permitir a navegação pela web) é possível criar uma sala de bate-papo com até 8 pessoas simultaneamente. Quem abraçou a causa foi o coordenador de Tecnologia da Informação do hospital, Vlamir Ruiz Garcia. “Ver que hoje é um recurso de sucesso, é muito gratificante para nós. Porque não proporcionar a essa pessoas um pouco do que eu vejo no dia a dia? Foi a partir daí que o projeto foi criado e aprovado pela diretoria”, disse o coordenador.

O Hospital tem quase dois anos de funcionamento, e neste período foi observado pela equipe técnica que muitos pacientes sentiam-se só, distantes da família. Muitos, vindo do interior, nem sempre podem receber acompanhamento ou visitas. Antes das conversas virtuais a pessoa passa por uma avaliação, médica e psicológica. “O paciente passa por uma triagem, uma avaliação prévia com a equipe de enfermagem e psicólogos para saber se há alguma restrição, se ele pode passar por fortes emoções, e tendo a liberação dos profissionais nós fazemos esse ‘meio de campo’”, reforçou o diretor geral do Hospital Galileu, Saulo Mengarda, que comemora o avanço na recuperação dos doentes depois do uso do recurso de comunicação.

O coordenador de TI também informa que o parente ou amigo do paciente que não tiver todos os recursos necessários para a comunicação virtual em tempo real tem disponível outros recursos. “Quem não tiver todo o aparato, como câmera no computador, ou microfone, pode mandar um e-mail, áudio ou até mesmo um vídeo, que nós mesmos levamos até o paciente. Mas o nosso carro-chefe é a conversa em tempo real, é o que cria o elo de proximidade e ajuda a pessoa internada”, finalizou.

Além do recurso que aproxima a família, o paciente Israel Serrão diz que o tratamento que recebe durante a internação no Galileu também ajudou na recuperação. “Isso não traz só tranquilidade pra mim, mas para minha família também. O tratamento aqui nesse hospital é uma coisa de outro mundo. Só tenho a agradecer a todos aqui que estão empenhados”, completou.

O Hospital Galileu atende, em média, 342 pacientes por mês. Dos pacientes atendidos pelo Hospital Público Estadual Galileu cerca de 51% são de fora da Região Metropolitana de Belém. A prioridade do uso do projeto é para pacientes que são de fora da RMB; pacientes que se encontram acamados e com dificuldades de locomoção; e pacientes que recebem poucas visitas.

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