O Globo – Menino de 6 anos tem braço reimplantado após 15 cirurgias

O menino Mateus Ramos Monteiro, de 6 anos, passou há quatro meses por uma cirurgia rara e de alta complexidade para reimplante do braço. Após sofrer um grave acidente de carro em julho deste ano, Mateus teve seu braço direito amputado pelo forte impacto. A operação que recolocou o braço de Mateus mobilizou oito profissionais entre cirurgiões, anestesistas e enfermeiros. No primeiro procedimento de emergência, que durou cerca de cinco horas e consumiu oito bolsas de sangue, os médicos fixaram o osso e refizeram a circulação das artérias e veias. Desde então o menino passou por outras seis cirurgias para concluir o reimplante, recolocando, em cada fase, pele, músculos no braço e enxertando nervos. Além disso, a criança ainda passou por outras oito cirurgias para reparação dos danos provocados pelo acidente.

De acordo com o coordenador do programa SOS Reimplante do Hospital estadual Adão Pereira Nunes, o microcirurgião João Recalde, para o tipo de amputação sofrida pela criança, quase na altura do ombro, a equipe médica teve que fazer um procedimento cirúrgico de grande porte, considerado um caso único até mesmo para o programa, que funciona desde 2009 e é referência na área tendo realizado mais de 500 cirurgias — Já fizemos outras cirurgias de reimplante de braço em crianças e adultos, mas nunca tivemos um caso tão complexo como este, pelo local em que ocorreu a amputação. Por ser muito delicada a recuperação do membro, o caso normalmente não teria indicação de reimplante. Mas toda a equipe ficou muito sensibilizada pela história e resolvemos fazer mesmo assim. Agora está sendo recompensador ver a recuperação da criança, tão ativa e falante – afirma o microcirurgião.

Após passar pelo CTI em três meses de internação, a criança volta agora ao hospital regularmente para consultas de reavaliação e sessões de fisioterapia.

Ao socorrer a vítima de amputação traumática de extremidades, um dos pontos mais importantes é acondicionar de forma correta o material amputado, que deve ser mantido a 4ºC. A maneira mais simples para isso é colocar a parte amputada em um saco plástico resistente, lacrar com fita adesiva e colocá-lo em um ambiente com água e gelo picado, distribuídos meio a meio, como numa caixa de isopor. Quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, melhor. Para garantir seu sucesso, o ideal é que a cirurgia de reimplante seja feita em até seis horas após o acidente.

Voltar para o topo da página - Pró-Saúde