Folha PA – Hospital Regional de Marabá celebra nove anos com foco na humanização

A história médica de Marcos da Silva Santos, 35 anos, não seria realidade nove anos atrás, em Marabá, quando não existia o Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP). Inaugurado em outubro de 2006, e integrando a rede de serviços de alta e média complexidade no interior do Estado, o hospital é um diferencial na saúde pública de uma região de 22 municípios, que totalizam 1,1 milhão de habitantes.

Nove anos atrás, certamente, era improvável que na região se cogitasse tratamento buco-maxilo-facial. Foi a uma intervenção complexa dessa área da medicina a que Marco se submeteu, em meados de setembro deste ano, para implantar um maxilar metálico construído a partir de um protótipo produzido por uma impressora 3D. Vítima de um acidente com arma de fogo, que afetou gravemente a região da face, ele não teria sucesso se o HRSP não tivesse consolidado, em menos de uma década, expertises que começam a se tornar rotina graças aos hospitais regionais, entre os quais incluem-se o Metropolitano, em Ananindeua, e o Galileu, em Belém – PA.

O hospital atendeu, entre janeiro a setembro deste ano, 73 mil pacientes (mais de oito mil por mês). Esse número representa 85% da meta estabelecida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) para doze meses. Outros dados são igualmente relevantes: no mesmo período foram feitos 150 mil exames, incluindo tomografias e ressonâncias; nos últimos doze meses, 3,3 mil pacientes tiveram alta hospitalar. Os dados são apenas a representação de uma realidade que tem mudado, significativamente, a saúde pública do Estado, mediante a oferta de serviços da rede de alta e média complexidade em pontos estratégicos do Pará.

“O Hospital Regional de Marabá foi pensado sob a perspectiva de se ofertar, de forma emergencial, serviços que atendem a necessidade da população daquela região. Estamos numa nova etapa de um novo ciclo para o desenvolvimento do hospital. Vamos ofertar novos serviços, como hemodinâmica para a especialidade de cardiologia, aumentar as vagas ambulatoriais de hemodiálise, que é uma demanda reprimida, além dos 30 leitos e a ampliação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital”, informa o secretário de Saúde, Vitor Mateus.

Satisfação – Os efeitos do desempenho do HRSP podem ser comprovados por um dado estatístico revelador: 97% dos pacientes atendidos em Marabá, conforme pesquisa diária do Serviço de Atendimento ao Usuário, dizem-se satisfeitos com o atendimento recebido. Seja uma simples consulta ou um procedimento como que restituiu o maxilar de Marcos da Silva Santos ou uma simples remoção de pedra na vesícula. Caso de Jucília Moreira da Cruz, 29 anos, que saiu de Parauapebas, a 170 quilômetros de Marabá, para fazer a cirurgia no HRSP. Ela classificou o atendimento como “perfeito; nunca vi nada igual em hospital público”, resumiu.

A paciente Meg de Oliveira Pereira, residente em Marabá, ficou internada dois meses para tratar de uma fratura. Ela também elogiou as atividades especiais, como cultos religiosos e eventos de lazer e a risoterapia (atividade com palhaços). “Só tenho coisas boas para dizer: quando cheguei aqui estava numa tristeza muito grande, mas agora consigo sorrir novamente, graças a essas pessoas maravilhosas”, diz. Somadas aos procedimentos médicos, essas atividades registradas pela paciente chamam-se “humanização”, foco permanente da gestão de qualidade do hospital.

Administrado pela Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato com a Sespa, o HRSP tem 115 leitos. A equipe é integrada por 498 profissionais das áreas médica e administrativa, incluídos 72 médicos. “Os números podem confirmar um diferencial em termos de saúde pública em uma região socialmente tão complexa como o sudeste do Pará, mas revelam, no fundo, o comprometimento da nossa equipe com uma causa, que é fazer um serviço público de qualidade, crucial para a população”, diz o diretor geral do hospital, Valdemir Girato.

A humanização do atendimento é um conceito materializado em procedimentos que permeiam todas as áreas do hospital, graças a um programa de gestão de qualidade, cuja implantação tem garantido resultados positivos para a população. “Isso nos dá orgulho, afinal, sabemos o quanto significa o crescimento do número de pacientes salvos graças ao atendimento que oferecemos, com alto nível de profissionalismo e técnica”, acrescenta.

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