Música tem sido um dos melhores remédios para os pacientes de um hospital na Zona Norte do Rio. Canções tocadas no saxofone embalam a recuperação de pessoas internadas do Hospital Estadual Anchieta (HEAN), no Caju.
Lançado no início do ano, o projeto “Música para os Meus Ouvidos” busca estimular a recuperação e a autoestima dos pacientes da unidade.
O projeto surgiu com o objetivo de oferecer aos pacientes momentos de descontração. Segundo o coordenador de Núcleo do Hean, Thiago Cachaldora, a experiência já mostra resultados positivos:
– Muitos internados criaram vínculos com os músicos e ficam muito ansiosos pela visita – conta.
Ainda de acordo com Thiago, as apresentações são acompanhadas por profissionais de saúde, o que facilita a abordagem das equipes médicas com os pacientes.
A visita dos músicos à unidade foi essencial na recuperação de Pedro Paulo Paiva, de 24 anos. Vítima de um acidente, Pedro sofreu uma lesão na medula e perdeu o movimento das pernas.
Durante as três semanas em que esteve internado no hospital, o jovem assistiu às apresentações dos músicos e diz que o efeito foi positivo:
– Foi uma experiência que contribuiu muito para a melhora não só da minha saúde, mas também da minha autoestima.
Música conecta as pessoas
Voluntário do projeto, o saxofonista Maurício Séllos criou vínculos com os pacientes desde que começou a participar da iniciativa.
Administrador de empresas e saxofonista por hobby, Maurício tocava em um restaurante no Flamengo quando recebeu o convite para participar do projeto. A aceitação foi imediata e ele não pensa em parar tão cedo:
– Cada dia é uma emoção diferente. O mais incrível é ver nos olhos dos pacientes a alegria que o momento proporciona – diz.
Marcelo conta que um paciente pediu que continuasse tocando para ele quando recebesse alta. “Eu vou até a casa dele. Faço questão”, afirma.
O som do sax de Marcelo entusiasmou e marcou quem passou pelo Hospital Estadual Anchieta. O aposentado Geraldo de Assis Farias, de 82 anos, esteve internado na unidade para tratar uma celulite infecciosa no braço.
Apaixonado por música, Geraldo conta que se entusiasmava quando recebia a visita dos saxofonistas e adorava relembrar canções antigas:
– A música sempre fez parte da minha vida. Receber os músicos e cantar com eles me fazia lembrar da minha juventude, quando eu também tocava – diz Geraldo, que tocou trombone por muitos anos em um ponto na Praça Tiradentes, no Centro.
Em Mesquita, músicas conectam mães e bebês
Iniciativas que utilizam a música como uma ferramenta positiva também estão presentes na Baixada Fluminense. O Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, passou a oferecer música ambiente para estreitar os laços entre mães e bebês no momento do nascimento.
As canções são tocadas nas salas de pré-parto e parto e na Unidade Intermediária Neonatal. O repertório, que inclui música clássica, MPB e Rock, é tocado em versão mais lenta para proporcionar calma e tranquilidade para mães e filhos.