Orm News Online – Pará interioriza tratamento do câncer

O tratamento do câncer está se ampliando no Estado. Ainda neste trimestre começa a funcionar o Hospital Infantil do Câncer; instalado em Belém, no bairro de São Brás, ao lado do Hospital Ophir Loyola, o novo centro especializado chega para incrementar o serviço público de saúde nessa área. 

Mas não é só na capital que o tratamento oncológico cresce. No interior do Estado destaca-se o Serviço de Oncologia do Hospital Regional do Baixo Amazonas, sediado em Santarém. Funcionando desde 2008 (em 2011 passou a ser uma Unacom – Unidade de Alta Complexidade), o tratamento do câncer na região do Baixo Amazonas mudou o eixo geográfico do atendimento oncológico, facilitando o acesso de pacientes ao atendimento ambulatorial e hospitalar. 

Um fato emblemático ilustra esse fato: pacientes que antes se tratavam em Belém, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e até em cidades do Nordeste estão voltando para Santarém. “Não somente por questões de logística e custos do tratamento, mas pela qualidade dos serviços ofertados pelo HRBA”, diz o diretor Geral do hospital, Hebert Moreschi. O HRBA é administrado, sob contrato da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), pela Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, responsável também pela gestão dos hospitais regionais do Sudeste, sediado em Marabá; do Regional da Transamazônica, em Altamira; e do Metropolitano e Galileu, na Região Metropolitana de Belém. 

Desde 2013, o hospital possui o programa de residência médica nas áreas de oncologia clínica e cirúrgica, com intuito de formar médicos para atuar em outras regiões do Pará. Em todo o Estado há 110 leitos para atendimento de pacientes oncológicos. A esse número se somarão os 48 leitos do hospital infantil. 

SANTAREM

Em Santarém, o HRBA tem uma ala com 21 leitos exclusivos para pacientes oncológicos adultos e quatro pediátricos. Reconhecido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse centro “é estratégico para a política pública de saúde na área da oncologia e responde à necessidade crucial de se descentralizar serviços especializados, cujo suporte cresce com a ampliação da rede de hospitais regionais de alta e média complexidade”, informa a secretária adjunta da Sespa, Heloísa Guimarães. 

Ainda este ano, a Sespa vai ampliar a oferta dos serviços especializados na área de oncologia no município de Tucuruí e os serviços em diagnóstico de câncer no Hospital Regional de Breves. Além de Santarém, os pacientes de câncer podem receber atendimento (conforme a estrutura dos serviços locais) também em Tucuruí e Altamira. Neste município, Hospital Regional da Transamazônica implantou, recentemente, um ambulatório de oncologia, garantindo 150 consultas mensais. Trata-se de um serviço que amplia a possibilidade do diagnóstico precoce. “Esse serviço visa reduzir a possibilidade de deslocamentos de pacientes para Belém ou Santarém, em busca de atendimento ambulatorial, facilitando, inclusive, o início do diagnóstico precoce” diz o diretor do HRPT, Edson Primo. São disponibilizadas 150 consultas mensais; os pacientes são atendidos depois de encaminhamento da Central de Regulação. No primeiro mês de funcionamento do novo serviço foram atendidas 55 pessoas. 

O atendimento em Santarém é mais estruturado; oferece, além das consultas fundamentais, quimioterapia, radiologia e cirurgia. Atualmente, 867 pacientes estão em tratamento de quimioterapia e 53 de radioterapia. Internados na clínica oncológica estão 17 adultos e sete crianças. Ano passado foram feitas 15.187 consultas ambulatoriais e realizadas 867 cirurgias. As sessões de quimioterapia somaram 7.432 e as de radioterapia 23.339. Os números deste ano também são expressivos: 7.558 consultas; 589 cirurgias e 3.801 sessões de quimioterapia e 13.417 de radioterapia. 

QUALIDADE 

O HRBA tem o nível máximo de acreditação por gestão de qualidade, concedida pela Organização Nacional de Acreditação, é o ONA III, certificação mais cobiçada por hospitais públicos e privados. “Graças a uma gestão centrada na segurança do paciente, implicando não só procedimentos de alta performance hospitalar, mas também a humanização, conseguimos resultados que conferem qualidade e – mais importante –, por consequência, o reconhecimento da população, atestando a satisfação dos pacientes com os serviços que dão respostas eficazes em termos de saúde pública”, diz Hebert Moreschi, diretor geral do HRBA. Saindo de seus próprios muros, o hospital tem agido diretamente na comunidade – e não só em Santarém. Ontem, uma equipe do hospital foi à sede do município de Mojuí dos Campos, 37 quilômetros distante de Santarém, para uma ação que incluiu palestras sobre a importância da prevenção dessa doença. 

O tratamento no local de residência do paciente oferece maior conforto, reduz o estresse, contribui para a eficácia da terapia e humaniza o atendimento. Para o coordenador de Oncologia do HRBA, médico Marcos Fortes, fazer o tratamento no local de residência do paciente significa uma recuperação muito mais efetiva. “Hoje, os pacientes não só fazem o diagnóstico como realizam o tratamento oncológico integral em Santarém. É uma diferença muito grande”. 

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